Qual é o saxofone mais indicado para começar a tocar?

Criado por volta dos anos 1840 por Adolphe Sax (daí seu nome), o saxofone é um instrumento relativamente jovem, quando comparado aos outros instrumentos de orquestra. Baseado em vários instrumentos de sopro, como o clarinete e o oboé, Adolphe Sax fez várias experiências até chegar ao resultado que conhecemos hoje.

Por ser um instrumento de origem judaica, sofreu certa censura durante o nazismo na Alemanha e só foi aparecer em uma orquestra pela primeira vez em 1844. Aos poucos foi adotado por bandas militares na Europa – principalmente na França e Bélgica – mas foi no jazz americano que o saxofone encontrou seu lugar ideal e finalmente popularizou-se. A partir daí passou a ser utilizado nos mais diversos estilos musicais, do erudito ao popular, do jazz ao pop, música gospel, dentre tantos outros.

Apesar de construído com liga metálica, o saxofone é um instrumento de sopro que pertence a Família das Madeiras. Essa classificação ocorre pois a produção do som ocorre inicialmente através da vibração de uma palheta feita de madeira

Dentro da Família das Madeiras encontramos a Família dos Saxofones, que é composta basicamente por 4 tipos:

Saxofone Soprano;
Saxofone Alto;
Saxofone Tenor;
Saxofone Barítono.

Ordenados dessa forma temos esses instrumentos de maneira crescente no que se refere ao seu tamanho, sendo o soprano o menor deles e o barítono o maior de todos. Além do tamanho há a diferença na sonoridade, sendo que o menor é o mais agudo e a medida em que vamos aumentando o tamanho do instrumento a sonoridade se torna mais grave.

Nem todos os saxofones possuem o tradicional formato de “cachimbo”. O sax soprano, por causa do tamanho reduzido, possui também uma versão com o corpo reto, o que causa alguma confusão em quem não tem afinidade com o instrumento, chegando a confundí-lo com o clarinete, oboé ou até mesmo a flauta. Os demais tipos colocados acima tem o formato de cachimbo, só diferindo no tamanho, como já falamos.

Feitas as devidas apresentações vamos ao que interessa.

É muito difícil tocar saxofone? Qual é o melhor tipo para iniciar?

Se você já tocou flauta doce já tem algum caminho andado para o aprendizado do saxofone, já que a digitação das notas, ou seja a posição dos dedos para cada nota, é muito semelhante. E isso em qualquer um deles, já que as digitações são as mesmas, não importando qual o tipo escolhido. A posição da nota Fá, por exemplo, será a mesma na flauta doce, no sax soprano, no alto, no tenor ou no barítono.

Aprender saxofone não é difícil e os resultados chegam rápido. No início a produção do som requer um pouco de prática e alguns cuidados para que não haja nenhuma tensão na cabeça, pescoço e ombros. É deixar fluir, perceber como o som é produzido e curtir!

Para iniciar na missão do aprendizado do saxofone o mais indicado é o sax alto, talvez por isso acabe sendo o mais popular deles, seguido pelo sax tenor. De todos eles, o sax alto é o que tem o preço mais acessível e é fácil encontrar instrumentos de nível intermediário com bons preços. Se você não tem experiência nenhuma com saxofones a dica é comprar um instrumento novo, pois dessa forma você saberá que ele está em perfeitas condições, além de vir com todos os acessórios necessários, como correia, boquilha, palheta e estojo.

Mas porque o sax alto é considerado o mais fácil?

Primeiro por seu peso e tamanho, mais confortáveis para a adaptação do iniciante e, segundo, pela facilidade de emissão das primeiras notas, já que sua boquilha possui um tamanho confortável e não exige muito esforço para se conseguir um boa sonoridade e boa afinação.

Em segundo lugar – em termos de facilidade – colocamos o sax tenor. Ele é tão confortável quanto o alto para emissão do som através da boquilha, porém está aqui, em segundo lugar, por seu tamanho e peso superiores, não sendo aconselhado para crianças. Muitos estudantes e músicos, com o tempo passam do sax alto para o tenor, adquirindo assim experiência nesses dois tipos de saxofone. Quem toca um toca todos. É tudo uma questão de adaptação.

Seguindo nossa ordem chegamos ao sax soprano e você pode pensar: “Se o sax soprano é o menor de todos, ele não seria o mais simples de tocar?” Não é bem assim. Justamente por ser o menor de todos a emissão do som é a mais difícil. Sua boquilha é menor e exige mais pressão de ar e alguma experiência no que se refere ao controle da respiração, e, ainda mais, é necessário alguma afinidade com relação a afinação, já que nesse quesito o sax soprano é um instrumento difícil de “domar”.

Por fim chegamos ao sax barítono. Esse saxofone não é muito popular por seu preço elevado e também por sua própria sonoridade. É um instrumento bastante grave, não se propondo a qualquer repertório. Encontramos o sax barítono normalmente complementando um naipe de saxofones em Big Bands, quartetos de sax ou orquestras e, ainda possa ser um instrumento solista, não é muito comum encontrá-lo nessa função.

Um importante saxofonista de jazz conhecido por tocar sax barítono é Gerry Mulligan. Uma de suas interpretações mais famosas é a música Years of Solitude, do compositor argentino Astor Piazzolla. Deixamos aqui essa dica para que você conheça a sonoridade do sax barítono por um de seus maiores intérpretes.

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